Após denúncias de espionagem, Dilma se encontra com Obama
Planalto e Casa Branca confirmaram a conversa entre os líderes, mas não deram detalhes sobre o conteúdo
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIAS
05/09/2013 20h34 - Atualizado em 05/09/2013 21h07
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O Palácio de Planalto e o serviço de imprensa da Casa Branca confirmaram o encontro da presidente Dilma Rousseff com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a oitava cúpula do G20, iniciada nesta quinta-feira (5) na Rússia. Segundo a Casa Branca, ele ocorreu entre a reunião plenária do G20 e o jantar oferecido aos líderes mundiais pelo governo da Rússia.
Não há detalhes sobre a pauta do encontro, mas a conversa era esperada após denúncias de que os americanos espionaram brasileiros, entre eles a própria presidente. No último fim de semana, reportagem doFantástico, da TV Globo, revelou documentos mostrando que a Agência Nacional de Segurança monitorou conversas entre Dilma e seus principais assessores.
Encerrada a cerimônia de boas-vindas do G20, líderes das 19 maiores economias mundiais participaram da primeira reunião de trabalho. Depois, se dirigiram ao Palácio Grand Peterhof, em São Petersburgo, onde o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu um jantar aos chefes de Estado.
Durante a movimentação dos chefes de Estado na área destinada ao jantar, imagens do circuito interno de televisão do G20 mostraram os líderes participantes caminhando nas proximidades do local do evento. Mas não foi possível ver a presidente brasileira nem o mandatário norte-americano, que poderiam estar reunidos neste momento.
Os governos americano e brasileiro não deram detalhes sobre a conversa. Antes, Ben Rhodes, vice-assessor de segurança para comunicações estratégicas da Presidência americana, disse que Obama buscaria fazer com "que os brasileiros tenham um melhor entendimento sobre o que fazemos e o que não fazemos”.
As revelações de espionagem causaram mal-estar na relação bilateral e colocaram em dúvida a visita que Dilma deve fazer aos Estados Unidos em outubro. Nesta quinta-feira, o Planalto confirmou o cancelamento da ida a Washington, no sábado, de uma equipe que faria os preparativos da viagem.
Denúncias de espionagem
Nos últimos meses, o ex-técnico americano Edward Snowden, que trabalhou para a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), tornou público que o governo americano havia desenvolvido o maior programa de monitoramento em massa de comunicações de que se tem conhecimento no mundo.
Com a colaboração do jornalista americano Glenn Greenwald, a quem Snowden repassou os documentos sigilosos, no final de julho, ÉPOCA revelou com exclusividade arquivos que mostram que a NSA espionou oito membros do Conselho de Segurança da ONU, no caso das sanções contra o Irã, em 2010.
Em seguida, ÉPOCA teve acesso a uma carta ultrassecreta em que o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon Jr., agradece o diretor da NSA, general Keith Alexander, pelas “excepcionais” informações obtidas numa ação de vigilância de outros países do continente, antes e depois da 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, em abril de 2009.
Shannon celebra, no documento, como o trabalho da NSA permitiu que os EUA tivessem conhecimento do que fariam na reunião os representantes de outros países. Em entrevista a ÉPOCA, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que manter dados em segredo faz parte do jogo diplomático, mas que a espionagem em negociações pode configurar uma forma de fraudá-las. "Estamos diante de um escândalo de proporções globais."
Na noite do último domingo, 1º de setembro, novas denúncias sobre espionagem do governo dos Estados Unidos vieram à tona. Desta vez, documentos secretos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, aos quais o Fantástico teve acesso com exclusividade, apontam que a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores foram alvo de espionagem.
COMENTÁRIO:
Eu não acho certo os EUA espionarem todos, mas acredito sim, que espionaram o Brasil. Se nós, simples cidadãos, conseguimos ver ruas, casas tão detalhadamente, através do Google Earth, imagina o que os EUA não vêem? Penso que, talvez, saibam até o que escrevemos nos nossos e-mails... ok, talvez nos nossos não, mas de pessoas importantes e governantes, eu acredito. Quem os EUA pensam que são? Mas são a maior potência mundial e, se o Brasil fosse essa potência, talvez fizesse o mesmo.
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